não se distinguemmaiúsculas angústiasde minúsculas perdasParaty ecoa ausênciasdo que já foi um diachove sobre meus planosarde e cheira paralisiaressignificar símbolosé assim tão certomas desencaixar êmbolosé assim tão abstratoas seringas cheias de are os manguezais alagadosminha vontade natimortaespalhado na cama vaziaremói sem pedir licençadói mais do que deveria
Arquivos do autor:Luk Ank
aniversário de sobriedade
se todos perdemeis um empatenão goze daminha carase hoje brindosozinhocom mateou faça troçatanto faznão que eu não possasó não quero maissei que fim da guerranão quer dizer pazmas dou menos valorà exigência inconstanteda alteridadee saúdo um anode introspecçãomãos limpase sobriedade
sub liminar
não venho aqui insultá-la venho tão somente apagar a memória da masmorra eufórica que tenho daqueles dias viscerais
o seu estilo
você acha seu estiloquando dá mais valorao ódio do que ao amorquando franqueiaa entrada dossentimentosinóspitospara viverum dissabor você acha seu estiloquando deixa arderquando tem rituaisdensosquando anarquizao status quodas palavrasquando não ligase a rima é alvaou se a almaé fraca você perde seu estiloquando tenta plagiarbukowskiquando tenta entenderclaricequando temviés de confirmaçãoquando se importa você perde seuContinuar lendo “o seu estilo”
dialética pueril
no que tange a vocênem eu me acreditosão palestras vaziasrepletas de pesareso que tem sido ditoepopeias epifaniasnostálgicos olhares no que tange a vocênem eu me convençosão muitas poesiaspoeta e seus malesnem sei o que pensomuda todos os diasos rios já são mares
chá de gengibre
tentei gritarafônicoacordo suturadotodos os dias se antesamavaera dormaisprazer hojea almejadaepifaniaé fazerdo amormetástase
noites juvenis
lembrei de quando tocávamos“boys don’t cry” no parquenaquelas madrugadas sutisque não precisavam acabarcomo acabaram precisandoantecipavam ressacase ressacas ainda eramcomedidamente poéticasa bebida era transportee não o destino finalas drogas ainda nãocheiravam usuáriossomente música e prazermistérios nas penumbraso desespero ainda nãopintava seus cabeloscom meu sanguee violões ainda eramos psicanalistasda noite
segunda xícara
eu só tenho olhos para vocêminha queridaeu só amo a naturezaessa perdidaeu só quero abraçar o gadoessas delíciaseu só ouço Bachesse provocadoreu só tenho potência de vidadepois da segunda xícara até lápor favorme deixaagonizarbem quietinhopois eu ainda estouno mundo dos mortose a passagempelo barqueiroé sempretortuosa
se existir deus
se existir deuse isso é irrelevantedeve se ser sentir enojadocom tanta mendicância eu já pedi tantopor um enfartopor uma mulherpor uma saída hojeo presenteme satisfazcom suasimperfeições e meus ensinamentosvêm dos meus maioresfantasmas se existir deuse isso é irrelevanteele sorri amareloobservandominha tenraemancipação
pulp fiction
eu não sei o que aconteceu no meio do caminhocomo uma criança adoecida em seus escombroscomo um refrão que não tem palmascomo um ponto quântico indecisoa obsessão maníaca se aproximasoando como um personagemassustadoramente violentode um roteiro mal escritopor Tarantino