minha língua é uma
arma
silenciada
as palavras saem
já sabendo
que é uma
cilada
enfio a unha
na carne
quando tenho
pensamentos
dolorosos
minha consciente
muleta
contra culpas
e remorsos
toda arte
antes de ser
arte
é
desespero
posto que
tua atenção
sublimo e
espero
e eu já me habituei
a perder sem choro
a vencer sem
euforia
a diligenciar
sem foro
a lembrar
na ode tardia
que depois
de nós
sempre tem
um pós
Por mais que ciladas, palavras existem para serem ditas e não silenciadas.
O pecado do artista é crer que apenas de dor se faz arte quando, na verdade, é Vida a expressão artística.
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A arte realmente vem de qualquer lugar. Já caí nessa de ser viciado na dor para ter arte farta e barata. Hoje eu me resolvo com pequenas inspirações. Exacerbo o poema e deixo a vida dentro dos limites confiáveis de intensidade. Abs.
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Faz bem. A vida é melhor numa roda gigante do que na montanha russa.
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e eu já me habituei
a perder sem choro
a vencer sem
euforia
Isto que chamo de repressão social internalizada… Ou internaliza ou se é excluído…
Seus escritos são peculiares…
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Ou internaliza sendo excluído também. Abs, Estevam.
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… Sendo artista engajado e crítico a chance de ser excluído, ronda sempre…
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Sem
Palavras
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Li vosso poema e depois fui lá me socorrer no Tratado de Versificação de Glauco Mattoso. Lindo, você optou pela rima e fazendo isso desrespeitou lindamente a métrica. Ficou sonoro mas com escansão fuída. Você quebrou decassílabos, subverteu, só para deixar que uma cadência se mostrasse. “toda arte/ antes de ser/ arte/ é”. Vertical, onde para que se sinta o poema é necessário que o olho desça de cima a baixo. “Vossa singularíssima pessoa”. Gostei do seu estro, do seu texto. Abraço.
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Glauco Mattoso. Brilhante referência. Melhor poeta podólatra que já li. Abs.
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Podólatra e pudico. Ao ver alguém com os pés descalços, brada: vista-se!!!
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Você vai praticamente me obrigar a voltar ler poesia… Um hábito meu esquecido.
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Gostei do texto
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